Introdução
Neste capítulo iremos
estudar a concepção de tempo da Igreja Medieval, o surgimento de uma nova ideia
de tempo que se formava na Idade Média. Essa nova ideia trouxe outra visão do
mundo, representando uma ruptura na cultura medieval.
A Terra como espelho do céu
Santo Agostinho revelou várias formas de como perceber o
tempo. Para Santo Agostinho conceitos de tempo e Universo estavam intimamente ligados.
Segundo ele, a criação do mundo coincidiu com a criação do tempo. Ele afirmava,
também, a existência de duas cidades que correspondiam à divisão do Universo. A
primeira cidade era a celeste, em que estariam a verdade e a justiça, onde o
governo seria para todos e se realizaria a igualdade coletiva. A segunda
cidade, conhecida como cidade terrestre, onde estariam a corrupção e a mentira.
Essa ideia de mundo se consagrou na Igreja no século XVIII,
com Santo Tomás de Aquino, submetendo a razão e conhecimento cientifico ao
domínio da fé cristã.
A ideia de Universo que a Igreja medieval seguia o modelo
astronômico criado por Aristóteles. A ordem cósmica era determinada por um
movimento circular, considerando o circulo a forma geométrica perfeita. O
circulo, por não ter começo nem fim, contém um movimento estável, sem mudança,
o que representa o equilíbrio. Para a igreja, esse modelo representava a ordem
criada por Deus, o infinito e o eterno.
O cosmos estaria
dividido em duas regiões: sublunar e a supralunar. A sublunar era constituída
por os quatro elementos: água, ar, terra e fogo. Essa região era constituída
pelo planeta Terra, que estava fixo no centro do Universo, e não realizava o
movimento circular.
Entre os judeus, às 12 horas da noite se dividiam em 4 vigílias, de 3 horas
cada uma: Primeira vigília: Das 6 da tarde às 9 da noite; Segunda vigília: das
9 à meia-noite; Terceira vigília: da meia-noite às 3 da madrugada; e a Quarta
vigília: das 3 às 6. Começava então o dia, sendo que as horas contavam-se a
partir das 6 da manhã (matina). Assim, a primeira hora (ou prima), era as 6 da
manhã; sexta hora, o meio-dia; e nona hora, as 3 da tarde. (Lembrando que Jesus
morreu na cruz próximo à nona hora, segundo os Evangelhos).
A Igreja Católica desde logo estabeleceu dos ofícios:
1) Ofício da Noite
2) Ofício do Dia.
O Ofício da Noite era e é também chamado de Ofício das Vigílias (porque
enquanto o mundo dorme, os religiosos faziam vigília com orações).
Eis a Correspondência das horas canônicas:
Matinas: 00h00
Laudes: 03h00
Primas (início das missas públicas): 06h00
Terça (oportunidade da missa solene): 09h00
Sexta: 12h00
Nona: 15h00
Vésperas: 18h00
Completas: 21h00
Quanto ao passar do tempo, foi no primeiro século da era cristã que surgiu a
ampulheta. Ela mede o tempo de acordo com a passagem da areia de um recipiente
de vidro para outro, através de uma estreita ligação. Nos séculos XVI e XVII
(já na Renascença), foram feitas ampulhetas para funcionar durante períodos de
quinze e trinta minutos.
É importante ressaltar que "contar" o tempo é algo que a humanidade
passou a valorizar após a Revolução Comercial (por causa da cobrança de juros)
e, especialmente, após a Revolução Industrial quando questões de produtividade
e desempenho passaram a ser consideradas.
Quanto ao passar do tempo, foi no primeiro século da era cristã que surgiu a
ampulheta. Ela mede o tempo de acordo com a passagem da areia de um recipiente
de vidro para outro, através de uma estreita ligação. Nos séculos XVI e XVII
(já na Renascença), foram feitas ampulhetas para funcionar durante períodos de
quinze e trinta minutos.
É importante ressaltar que "contar" o tempo é algo que a humanidade
passou a valorizar após a Revolução Comercial (por causa da cobrança de juros)
e, especialmente, após a Revolução Industrial quando questões de produtividade
e desempenho passaram a ser consideradas.
Quanto ao passar do tempo, foi no primeiro século da era cristã que surgiu a
ampulheta. Ela mede o tempo de acordo com a passagem da areia de um recipiente
de vidro para outro, através de uma estreita ligação. Nos séculos XVI e XVII
(já na Renascença), foram feitas ampulhetas para funcionar durante períodos de
quinze e trinta minutos.
É importante ressaltar que "contar" o tempo é algo que a humanidade
passou a valorizar após a Revolução Comercial (por causa da cobrança de juros)
e, especialmente, após a Revolução Industrial quando questões de produtividade
e desempenho passaram a ser consideradas.
É importante ressaltar que "contar" o tempo é algo que a humanidade
passou a valorizar após a Revolução Comercial (por causa da cobrança de juros)
e, especialmente, após a Revolução Industrial quando questões de produtividade
e desempenho passaram a ser consideradas.
A segunda região conhecida como supralunar, constituída de
um fluido imaterial, uma quinta-essência chamada éter, que envolveria todo o
Universo. O espaço supralunar, o movimento era circular e contínuo, estável e
eterno, sem começo nem fim.
Para Igreja medieval, a esfera supralunar significava o Céu
cristão, morada de Deus, reduto da verdade.
A Terra, mundo sublunar, encontrava fixa no Universo e não
realizava o movimento circular, sinal de equilíbrio e harmonia; ao contrário, o
planeta Terra vivia em transformações, o que mostrava seu caráter imperfeito e
caótico.
A concepção medieval, a hierarquia que estava presente no
Universo estava espelhada na Terra;
Nessa concepção havia os que nasceram para orar (clero), os
que nasceram para guerrear (nobreza), e os que nasceram para trabalhar (camponeses,
artesãos e mercadores).
As horas sagradas na Idade Média
As horas que
marcavam o tempo na Idade Média , eram as horas dos cantos e das rezas dos
monges da Igreja. As diferentes horas do dia e da noite , na Idade Média ,
correspondiam e representavam diversos momentos da vida de Cristo. Com isso , o
tempo na Idade Média tinha um significado sagrado ; baseado na Bíblia, a
existência humana devia voltar – se para o mundo divino, a fim de conseguir a
salvação eterna. A vida cotidiana nos mosteiros e as atividades realizadas em
seu entorno eram marcadas pelo badalar dos sinos. Os sinos chamavam os monges
para as atividades, para orar, cantar e rezar as “horas”.
Essa divisão do tempo por sua vez
era baseada (com algumas adaptações) na forma com que os judeus contavam o
tempo.
O Tempo da Igreja e o Tempo do mercador: um
conflito de modos de vida
A expressão o
“tempo da Igreja” refere-se a uma forma de pensar.
Segundo o
historiador francês Jacques Le Goff, a lenta mudança em torno da concepção de
tempo de tempo representou uma ruptura na constituição de Modernidade.
Durante a
Idade Média, predominava o comércio local, mas os mercadores estavam submetidos
às estações do ano e às intempéries naturais. Contudo, a partir do século XI
com o renascimento do comércio surgiu a organização de redes comerciais; assim
a ênfase passou a ser no deslocamento de pessoas e mercadorias.
Na sociedade
medieval os mercadores formavam um grupo inferior e com pouco poder. Segundo
São Tomás de Aquino, o comércio era uma atividade inferior e tinha caráter
vergonhoso. O ponto central de conflito entre a Igreja e o mercador é a questão
da comercialização do tempo; o tempo era sagrado e divino, ou seja, não era humano
e não podia ser comercializado. Assim, comercializar o tempo era um sacrilégio,
uma afronta a ordem celeste e terrestre.
Da mesma
forma que o mercador descobriu o preço do tempocom à exploração do espaço
através das rotas comerciais, pois, nessa atividade, a duração essencial passou
a ser a de um percurso. Com a demora das navegações geravam a necessidade de um
controle sobre o tempo.
O Relógio mecânico e as horas na Modernidade
O relógio não foi inventado somente para o avanço tecnológico,
nem da ruptura medieval, pois os monges tiveram grande necessidade de um relógio
mecânico, quando a pontualidade era considerada uma virtude. Essa pontualidade
não era nada relacionada a dinheiro ou economizar tempo mais sim para manter
disciplina perante as horas sagradas.
Mas o relógio mecânico acabou sendo incorporado pelo
mercador, mudando seu significado, e servindo como instrumento para organizar a
produção, economizar, lucrar, controlar, disciplinar e humanizar o tempo
terrestre.
Um dos primeiros relógios foi erguido na capela do palácio dos
Visconti, em Milão, no ano de 1335, estava marcando 12 horas, como permanece
nos dias atuais, divido em dois conjuntos de 12 horas (meia-noite e meio-dia), cada hora correspondia há 60 minutos. Essa
padronização de horas só contribuiu para a ruptura e mudança da ideia de tempo.
No mesmo ano, o
governante de Artoris, autorizou os habitantes a erguerem um campanário, cujo
sino iria marcar a quantidade de horas de trabalho dos operários têxteis. Em
1350, na França, o rei Carlos V ordenou que todos os sinos da cidade de Paris
soassem de hora em hora seguindo o ritmo do palácio real, reforçando o poder do
Estado, assim esse poder se materializou no controle que o rei começou a
exercer sobre o tempo e sobre a própria Igreja, pois submeteu toda a cidade á marcação
do tempo urbano, do trabalho, da produção mecânica, ou seja, um tempo
dessacralizado.
A partir do século XIV,
os relógios multiplicaram-se na Europa, sendo instalados em edifícios e prédios
públicos.
A Igreja e a Modernidade
Ruptura e a mudança da ideia de tempo: A
marcação do tempo passava a ser humano através do trabalho e da produção, em
vez do tempo sagrado. A reforma protestante foram novas maneiras de ver o
cristianismo como o sentido do pecado, do trabalho e o papel do sacerdote.
Teólogo e Martinho Lutero faz críticas a Igreja Católica - Condenou a venda de
indulgências (perdão e misericórdia) - A simonia (venda de imagens sagradas -
Atitude imoral de muitos padres Lutero rompe com a Igreja Católica e é
excomungado pelo Papa.
Contrarreforma: à partir da mentalidade burguesa dos
mercadores a palavra trabalho passou a ter valor positivo a com significado religioso.
Criou também o Tribunal da Santa Inquisição: órgão da Igreja para verificar a
fé popular e julgar atitudes e as heresias contra a fé.
Pensadores da
Modernidade perseguidos pela Santa Inquisição: Maquiavel e Galileu Galilei;
tiveram seus livros proibidos e Galileu teve que retirar algumas de suas
afirmações para não morrer na fogueira. Mas em 1984 o Papa João Paulo II
reconheceu em nome da Igreja, que Galileu estava certo.
A contra reforma: a Igreja Católica no mundo moderno
Diante do crescimento do
protestantismo, a Igreja Católica se sentiu obrigada a rever alguns aspectos
internos, até como forma de impedir a perda de mais fiéis para o novo
pensamento religioso. A partir dessa preocupação, a Igreja realizou entre 1545
e 1563, um Concílio na cidade de Trento. Esse foi um grande debate sobre os
fundamentos da doutrina católica e ficou conhecido como Contrarreforma. A
Igreja, através do Concílio de Trento reformou a atitude e o comportamento do
clero.
A Contrarreforma católica
utilizou o poder do tribunal do Santo Ofício ou Santa Inquisição; esse tribunal
era uma instituição criada no século XII e responsável pela verificação da fé
popular e tinha o poder de julgar as atitudes e as heresias contra a fé.
Dois grandes pensadores da
Modernidade foram objeto de perseguição do Tribunal de Santa Inquisição:
Maquiavel, e Galileu Galilei, que teve de retirar algumas afirmações para não
morrer na fogueira.
A Contrarreforma católica foi
marcante na colonização portuguesa na América, pois sob sua inspiração foi
criada a Companhia de Jesus. Essa Companhia e os padres jesuítas foram os
grandes responsáveis pela catequese e difusão da fé católica entre as
populações das diversas nações indígenas.
Não existe mais a Santa
Inquisição; no entanto, existem mecanismos de controle dos membros do clero,
como a Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé, presidida até 2005 pelo Papa
Bento XVI.
Individuo e natureza: a ideia moderna de mundo
Galileu Galilei foi fundamental na criação de um método de investigação da natureza, baseado em três aspectos: observação, experimentação e utilização da linguagem matemática, assim ele descobriu que a Lua é ‘rugosa’, apresentava elevações como montanhas e inúmeras irregularidades, assim como a Terra e o Sol não eram perfeitos a Lua também não era perfeita e nem o centro do Universo; portanto a Terra deixa de ser o lugar do pecado, da corrupção, do inferno, para ser mais uma planeta nem melhor nem pior que os outros.
Grupo 1:
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Paloma Patricio Nº: 15
Virginia Martins Nº: 20